Uma das maravilhas que a Península de Yucatán oferece aos visitantes são os cenotes. Como se o azul hipnotizador do mar não fosse suficiente. Depois de vencer o medo eu tive a incrível experiência de explorar a parte interna de dois deles em Tulum, no México.
Como há bilhões de anos toda a região foi um grande arrecife coralino, a rocha que constitui o solo é porosa e não permite a formação de rios. Isso faz com que toda a água da chuva seja absorvida e alojada no subsolo. Assim se formaram os cenotes.
Como é o cenote em Tulum
No mundo maia alguns cenotes eram sagrados, locais onde eram feitas oferendas. Desde aquela época até os dias de hoje são muito importantes, afinal são a fonte de água doce para a população da região. Assim é em Tulum.
Ao visitar o local, decidi experimentar o mergulho em alguns dos cenotes. Enfrentei minha claustrofobia, e meu medo de escuro – sim, eu pareço uma criança – e saltei naquela água azul perfeita de uma caverna.
Segundo me explicou o instrutor, como tenho apenas o certificado básico de mergulho, eu estaria a no máximo 60 metros de alguma saída da caverna e sempre veria a luz entrando. Ele iria na frente e eu iria atrás. Seguiríamos uma linha presa nas pedras para indicar o caminho e evitar que nos perdêssemos nos labirintos da caverna.
Cada mergulhador tem um tanque duplo, e a quantidade de ar é dividida em três. Com o primeiro terço de ar fazemos todo o percurso de ida. Os dois terços restantes são a margem de segurança para retornar. É necessário retornar com dois terços do ar, como medida de segurança. Caso o equipamento de um dos mergulhadores falhe, o parceiro tem ar para que os dois retornem com tranquilidade.
Luz nas saídas
Saber que, pelo meu nível de certificação, eu sempre teria que ver a luz em uma das saídas do cenote me tranquilizou. Mas na verdade a maior parte do tempo eu vi uma completa escuridão. Em muitos momentos essa saída com luz visível estava atrás de mim. Ou seja, olhando para frente eu não a via.
Não havia muita vida nas duas imersões que eu fiz. Vi alguns poucos peixinhos prateados bem pequenos, quase nada de plantas.
Quase toda a imersão foi em completa escuridão, com auxílio apenas das luzes das lanternas para ver as lindas e gigantes estalactites e estalagmites que se formaram naquele pedaço esquecido do mundo. E as partes mais lindas do percurso, eram sempre quando nos aproximávamos de alguma saída, onde era possível ver a luz do dia entrando pela água impecávelmente translúcida dos cenotes mexicanos.
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