Palpitando

“Viajar é fatal para os preconceitos!” Será…?

Viajar abre nossa cabeça. Vemos o mundo com os próprios olhos, e não com os de algum escritor. Isso muda nossa concepção sobre lugares, nacionalidades e realmente pode ser fatal aos preconceitos. Mas quanto mais eu viajo e convivo com outros viajantes eu penso que nem sempre é assim.

Talvez seja verdade que ter contato com outras culturas, conhecê-las em sua complexidade, nos deixa mais propensos a respeitá-las. É um tapa de luva na cara de qualquer um perceber que você é o exótico. Mas, se é provável que vamos superar alguns de nossos preconceitos anteriores, não necessariamente é verdade que deixaremos de ser preconceituosos.

Viajar incentiva preconceitos (????)

Acho que o primeiro e mais difundido preconceito de quem viaja, é contra quem não viaja. De certa formas muitas frases de inspiração de viagem vem carregadas de um sentimento de superioridade em relação a quem escolheu passar a vida no mesmo lugar. “A vida é um livro, quem não viaja lê apenas uma página”, “morre lentamente quem não viaja”.

Eu sinto essa necessidade de sair, ler as demais páginas do livro, ou me movimentar para me sentir viva… mas será que essa é a única forma de ser feliz?

Agora a moda é largar tudo para viajar. Eu mesma fiz isso, e de certa forma quero difundir ao mundo que foi a melhor coisa que eu fiz por mim, e compartilhar os infinitos aprendizados. Mas será que essa é a fórmula da felicidade para todos? Ao contrário! Somos minoria e vamos continuar sendo.

Converse com os grandes viajantes, desses que viajam com orçamentos de 20 dólares por dia e já visitaram 80 países. Será que são mesmo menos preconceituosos? Ou continuam chegando nos lugares e julgando a cultura local?

E é muito provável que tenham outro preconceito muito comum entre os que viajam: contra os que viajam diferente. Chegam a passar mal a ver um grupo viajando em excursão. Quase rompem amizades com os amigos que viajam todos os anos para a mesma praia.

O que muitas vezes desconsideramos é que viajar em excursão para Porto Seguro pode ser, para aquela pessoa, uma aventura muito mais radical do que escalar uma montanha de 6000 metros perto de La Paz para mim. Eu tenho amigos que morrem de medo de avião, e nunca saíram de sua região e que quando um dia decidem sair merecem uma medalha de ouro.

Enfim, eu odeio preconceitos! Eu sei que ninguem gosta, mas a mim é algo que me deixa muito sensível. Tenho que confessar que sofro e reproduzo alguns desses que acabei de citar. E sempre achei que quando reconhecemos nossos preconceitos estamos muito mais próximos de superá-los!

Vamos inspirar as pessoas, mas não somente a seguir nossos passos! E sim a se superar sempre, a realizar seus sonhos, a romper seus medos. E para cada um vai ser algo diferente, não necessariamente viajar, ou da mesma forma que nós fazemos, nem para os mesmos lugares.

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Um comentário em ““Viajar é fatal para os preconceitos!” Será…?

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