Palpitando

Ser assaltada em uma viagem…

Sempre fui cuidadosa ao andar pela rua, na minha cidade ou em viagens. Não ando em ruas desertas, escuras, seguro a bolsa, peço informação antes de ir, etc. Às vezes somos precavidos em todos os dias de nossa vida, e como nunca fomos assaltados, chegamos a pensar que estamos a salvo desse perigo.

Eu fui assaltada no centro do Rio de Janeiro no domingo passado, penúltimo dia de uma viagem a trabalho, no quarteirão do meu hotel procurando um restaurante para almoçar.

Dois adolescentes que cruzaram comigo na rua me cercaram, pediram minha bolsa, e depois de uma breve resistência preferi perder apenas os pertences e manter minha integridade física. Para ajudar, a polícia do Rio não me pareceu muito disposta a correr atrás dos meninos para recuperar minha bolsa, mesmo eu comunicando um policial militar uns 2 minutos depois do ocorrido.

Na minha bolsa estava tudo: meu celular pessoal e o de trabalho, minha câmera fotográfica com todas as fotos para o relatório e as pessoais, meu RG e minha identidade funcional, meus dois cartões do banco, minha nécessaire com produtos de higiene pessoal, casaco, óculos de grau e de sol, enfim… tudo! (Até meu cartão fidelidade da Gol e a carteirinha de mergulhadora…)

Por sorte, eu estava próxima ao hotel e meus colegas de trabalho ainda estavam por ali. Tive que contar com a solidariedade deles para ligar cancelando os cartões e me emprestar dinheiro para comer até o dia seguinte quando iria voltar pra casa. Se eu estivesse sozinha essas simples tarefas teriam sido bem mais difíceis.

No dia eu pensei em várias coisas ruins. Pensei que nunca mais ia sair na rua sozinha, em nunca mais viajar sozinha, que eu deveria ter lutado com os meninos para tentar salvar minhas coisas, que eu deveria ter atravessado a rua quando eles estavam se aproximando. Enfim, várias coisas que me responsabilizavam pelo que tinha passado comigo. Esses pensamentos me levariam a desenvolver uma síndrome do pânico facilmente.

Contudo optei por outro caminho. Primeiro fiz as contas de quantos dias eu já tinha vivido, e que sendo aquele apenas um, fazia a probabilidade ser de 10.000/1. Depois pensei em todas as viagens que já fiz a trabalho e a passeio, em centros de grandes cidades já caminhei, em quantas situações muito mais arriscadas já estive, e nunca aconteceu nada.

Ou seja, a culpa por eu estar sem nenhum dos meus pertences não é minha, e sim daqueles dois adolescentes que me roubaram (com certa facilidade, inclusive). Que realmente temos que tomar todos os cuidados que sempre tomamos – e que o prevenido vale por dois -, mas que a gente pode ser assaltado em qualquer lugar. Podemos viajar o mundo inteiro e acabar sendo assaltado na porta de casa.

Bom, o que ficou de lição para mim é nunca sair com todas as coisas na bolsa. Como eu ficava o dia todo na rua, precisava de tudo aquilo. Mas devia ter deixado pelo menos um dos cartões, um dos documentos e um pouco de dinheiro no hotel. É claro que é preciso tomar cuidado sempre, mas é bom estar preparada para o caso de não funcionar.

É verdade também que já tomei essas precauções em outras situações, mas elas agora para mim são uma regra! Tenho bolsas ultra pequenas para levar em viagens, em geral busco carregar o mínimo possível (mais pelo peso do que pelo medo de perder), e vim a perder tudo justo numa das exceções.

Fiquei muito triste e aquela viagem perdeu totalmente a graça. As atividades que tinha previsto para meu tempo livre foram “canceladas”. Mas não seria justo se eu deixasse esse episódio estragar meu principal hobby! Eu não vou deixar de viajar, nem de viajar sozinha. E vou seguir andando a pé porque esta é a minha atividade preferida em uma cidade diferente.

Enfim, pode acontecer com qualquer pessoa, no lugar e situação que menos se espera. É sempre bom ter algo de reserva no hotel. E você, que cuidados toma quando viaja?

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2 comentários em “Ser assaltada em uma viagem…

  1. Pois é… foi o que acabei concluindo. Deixar de viajar ou de viajar sozinha não ia me impedir de passar por algo parecido.
    Mas dei mole de não ter nada de reserva, em uma viagem sozinha nunca mais vou fazer isso! Teria passado muito mais aperto sem ter como conseguir dinheiro ou telefone emprestado para cancelar meus cartões e meu chip do telefone.
    Beijo! Obrigada pela visita!

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