Testei a nova modalidade de transporte em Belo Horizonte no último sábado de manhã. Para andar de tuk-tuk, convidei minha amiga Ana Elizabeth Diniz, também jornalista e “viajeira”. Queria que ela comparasse sua experiência nas ruas da capital mineira e nas cidades de Udaipur, Agra e Varanasi, na Índia. Ela achou a ideia ótima e acabou tirando todas as fotos que ilustram este post.
O serviço é ainda novo em Beagá, foi implantado há mais ou menos um mês. Funciona com reservas, mas como ainda não sabíamos, partimos à caça de um e logo achamos o tuk-tuk do Wesley, parado em frente a um hotel na Avenida Afonso Pena.
A empresa oferece alguns roteiros, mas a gente preferiu combinar o nosso. Em uma hora deu para fazer Afonso Pena, Savassi, Praça da Liberdade, Bias Fortes, Mercado Central, Praça Raul Soares, Centro de BH, Praça da Estação. Voltamos pela Afonso Pena até o ponto onde pegamos o tuk-tuk.
Interesse
Acabamos estreando um tuk-tuk: era a primeira saída do veículo, que nada mais é do que um triciclo tendo como base uma moto de 125 cc, com um toldo. Ao contrário do que se vê em países do Sul e Sudeste asiáticos, onde os tuk-tuks fazem parte do cenário urbano, aqui é novidade total. Muita gente pára, observa e vários motoristas tiram fotos. Pedem informações, perguntam o preço: R$ 30/h, durante a semana e R$ 35/h, aos sábados e domingos. A tarifa pode até assustar, mas vale a experiência de fazer um city tour ainda inusitado por aqui. Para moradores e turistas.
Vento no rosto, baixa velocidade, oportunidade de contemplação, é bem gostoso andar de tuk-tuk. Tentei vestir a alma de um turista, mesmo morando na capital mineira. A moto vai a uma velocidade de 30, 40km/h, ou seja, é para degustar sem pressa.
Dá para fazer fotos bacanas com o veículo em movimento e o motorista também pode parar em alguns locais enquanto os passageiros garantem os cliques. Wesley informa sobre a tolerância máxima de 15 minutos, a partir dos quais se começa a cobrar o acréscimo.
Na Tailândia, na Índia, turistas reclamam que os condutores de tuk-tuks tentam empurrar-lhes restaurantes, hospedagem, lojinhas, em troca de comissão. Aqui não passamos por isso. Eu gostei e já avisei a uma amiga que mora no interior de Minas: “Quando você vier, vamos fazer o passeio.”
Não dá para competir
Com a polêmica do Uber rolando, motoristas de táxis em polvorosa, surgiu também a comparação com o tuk-tuk, se este estaria tirando passageiros dos táxis. Nada mais bobo. Trata-se um passeio turístico, os condutores respondem a uma central para onde ligam os interessados em fazê-lo. O mínimo é de uma hora e o máximo de quatro (passeio que vai até a Pampulha).
Por enquanto há dois condutores que falam inglês e espanhol. Nosso condutor, Wesley, muito solícito, não é um deles, mas compensa em simpatia. A informação de que já foi agente de segurança nos deixa mais tranquilas quando passamos pelo Centro. É bom não facilitar. Nessa hora, bolsa e câmeras devem ficar no chão, disfarçadas.
Índia x Beagá
Uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Os tuk-tuks surgiram em Bangcoc, na Tailândia. O primeirão foi criado em 1933 e desde então, foi sofrendo transformações para chegar no formato final em 1960. Lá, podem carregar pessoas e mercadorias e é incrível a variedade e quantidade de coisas que eles transportam. Ana Elizabeth Diniz ficou impressionada e fotografou um destes veículos abarrotados de crianças. Para eles, super normal. Aqui, dois é o número máximo de passageiros. Se quiser ir sozinho (a) vai pagar o preço cheio.
O que a Ana Elizabeth achou
Sem sustos
“São experiências completamente diferentes. Na Índia, tanto o tuk-tuk quanto o riquixá são um meio de transporte cotidiano. Com aquele trânsito caótico, você anda no meio de ônibus, no meio de vacas, na contramão, milhões de carros – o trânsito é muito intenso e muito doido. Aqui é uma experiência turística, o trânsito não é o mesmo, o contexto não é o mesmo, o preço não é o mesmo. O que achei de diferente, até por ser uma experiência nova em Belo Horizonte, foi a receptividade das pessoas. Todo mundo pára, fotografa com o celular, acena. Essa interação foi muito interessante, talvez tenha sido um diferencial.”
Emoção diferente
“Na Índia eu ficava quase em estado de choque. Você está andando no tuk-tuk, escuta uma buzina e quando vê já tem um ônibus no seu ombro direito, o condutor joga o carrinho pro outro lado, porque não tem mão e contramão como aqui. É uma experiência sensorial ao extremo. Aqui é tranquilo, o condutor estava bem preparado, a velocidade de 35km/h também é boa, dá para observar bem a cidade. Não tem aquela emoção, aquele impacto que tem na Índia. Mas enquanto experiência turística, é muito legal.”
Serviço
Eles fazem os passeios com roteiros definidos, CityTour centro e CityTour Pampulha, ou à medida para o que o cliente quer.
Os Citytours custam R$ 100 durante a semana, e R$ 120 no final de semana com duração de quatro horas. O passeio à medida para o cliente, custa R$ 30 e R$ 35 reais por hora, durante a semana e no final de semana, respectivamente.
Eles fazem passeios especiais para aniversários, despedidas de solteiro, eventos corporativos.
A reserva pode ser feita por email reservas@tuktour.com.br ou pelo telefone +55 (31) 3118 2525.
Site deles : www.tuktour.com.br
Na India, sao chamados autoriquixás. Sao economicos, ecologicos, ocupam pouco espaço, sao ventilados e adequados ao clima tropical.
Que bacana! Abraço Maurício!