Viajar de férias também é se auto-superar. Se propor a ir bem além dos seus limites, às vezes, pode ser uma experiência muito recompensadora.
Alguns dias antes de vir a Bariloche, se me perguntassem se eu toparia fazer uma trilha de bicicleta numa região montanhosa em um percurso de quase 30 km, eu certamente diria que não! Isso porque infelizmente nunca tive o hábito de praticar esportes, e minha resistência para exercícios é bem baixa.
Mas as recompensas na vida vem sempre depois do esforço. E um dos melhores sentimentos é o de que somos capazes de algo que não sabiamos. A auto-superação.
Trabalhando em um hostel em Bariloche, e recomendando diariamente para os hóspedes o passeio Circuito Chico eu sabia que mais cedo ou mais tarde iria encarar o desafio. A volta de 27 km é feita subindo e descendo montanhas da Cordilheira dos Andes em bicicleta.
É verdade que, para além de todas as substâncias de prazer que nosso corpo libera durante atividades físicas, estar ao ar livre com as paisagens dos mirantes já é uma bela motivação para se jogar nesse passeio.
Bom, começando pelo fim, quero afirmar que completei a volta. Duas vezes. E a sensação ao final da trilha é de que sou capaz de fazer qualquer coisa. É incrível como a cabeça já começa a imaginar qual será o próximo desafio.
Tenho que confessar que nos primeiros quilômetros minha mente me enfernizava tentando me convencer de que eu não conseguiria, e que não tinha nenhum motivo para eu querer fazer esse percurso.
O passeio é uma boa metáfora da vida, com seus altos e baixos. As subidas são como nossos desafios, parecem impossíveis e nos fazem pensar o tempo todo em desistir. Mas ao final de cada uma vem as descidas, que são como a diversão, a parte em que tudo acontece por si só. Em que mesmo sem pedalar a velocidade vai aumentando gradativamente e o vento sopra forte no rosto.
O desafio é mais mental que físico. Nosso corpo aguenta muito mais do que a gente pensa. Basta saber controlar o ritmo, diminuir a velocidade nas subidas, mas também saber freiar um pouco nas descidas. E parar, sempre que for necessário para retomar o fôlego.
A impressão ao final é de que realmente não foi fácil, mas também não foi tão difícil quanto eu pensei. E essas atividades de aventura nas férias nos deixam a lição para a vida: nos desafiar mais antes de concluir que não somos capazes de algo e desistir.
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